quarta-feira, 18 de abril de 2012

Estação



Conto/Crônica que escrevi esses dias. Sim ,a ideia é ser bem confuso e bem introspecto. leiam e deixem o sentimento que tiveram, o entendimento de texto e etc. Me ajuda muito
Muito obrigado!

Estação.         Lá fora, que vá o fora que há, sendo que tanto faz se faz lua ou chuva, pois ambos reluzem em uma luz crua, e na sombra que se propaga propiciando o tempo, estou preenchido pelo espaço, e nesse espaço apenas vejo as pessoas irem e virem, tendo a certeza de rumos, mas domesticados no que se entende por ser todos os dias assim, também me encaixo em tal perfil, até por que, nem parece fazer sentido pensar por mim quando posso ter quem o faça, e tendo nojo do mesmo que me formo, faço e sigo os dias pela pressa, pressa na prece, pressa nas teses, pressa no fim da obrigatoriedade e o utópico início da vontade, a vontade que tenho de não ter que me colocar todos os dias aqui, às seis e três da manhã, esperando para fazer o mesmo do ontem e do amanhã, sendo indiferente qual vem primeiro, pois primeiro faço, depois tento a árdua tarefa do pensamento, que já não é tão meu, meu mesmo é esse bilhete, o que me garante a entrada e estadia no trem, e enquanto espero-o, faço o que mais gosto, a única coisa que me dá prazer nos dias comuns de verão, primavera, outono ou inverno... As pessoas são mais bonitas no inverno: se vestem melhor, são mais charmosas, chiques... Até mesmo mais “gente”, mas, em contrapartida, talvez, mais amorosas, principalmente nas camas, em baixo de um edredom, onde a constante egoísta e altruísta vontade de ser aquecido e aquecer se completam na troca de necessidades de amor... cama... Quantos ainda queriam agora estar na cama? Provavelmente todos, mas será que todos? Odeio as pessoas serem tão concretas quando a possibilidade da transparência seria o início da verdade, embora, sendo muita verdade, o início do caos. Celular, pelo menos isso para alegrar meu dia, mas esse maldito barulho que vem não deixa eu me concentrar, mas faz bem, só espero poder embarcar, o que cada vez é mais difícil dado a quantidade de gente, gente bonita, elegante, cada vez mais chiques, mas ainda assim, gente,  esse é o problema da gente, empurra, força, todos querem o espaço de um, sendo que nem o um tem mais o espaço dele, tudo passa muito depressa, e na pressa, não distingo mais gente das feras e se existe ainda flor em meio as pétalas, muito líquido, se esvai... Quem dera essa gente fosse líquida, pelo menos morreria afogado, não sufocado... Sai da frente, Inferno! O que custa ir mais um pouco? Empurra! Empurra!... É, já tem seu espaço, quem liga pro outros? Maldita porta, seu encerramento encerra meu eu por alguns minutos, até o próximo que logo vem, vem como se fosse um reflexo, quase idêntico desse que está ai, como o reflexo que vejo de mim, não inteiro, sendo minha cabeça cortada, mas meu reflexo, translucido, imóvel, idêntico. E ele se move, hora me vejo, hora me vou, não sabendo se sendo quem estou a ver me reflete por inteiro, pois mesmo na transparência, não compreendo o que vejo, ora imagem pura, ora imagem distorcida, me faz pensar ,quem é esse que se mostra, não tendo minha cabeça, pode ser qualquer um, mas se as cabeças todas são iguais, posso eu ser quem for, que ainda assim vou ser quem sou não sendo quem tenderia a ser. Ser, ser mais rápido, os reflexos transitam entre si cada vez mais rápido, vertigem: talvez eu caia, mais rápido, passa, passa, eu, passa,peito, abstrato, rápido, passa, tronco, pernas, transparência abstrata, passa, repassa, devasta, mas passa, rápido, rápido, reflete, eu, esquerda, direita, perfeitos, não faz mais diferença, voa, voa, reflete o fim, e do fim, me sobra o que foi: vazio...

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