quinta-feira, 31 de maio de 2012

Engrenagens

É só mais uma maquina dentro de uma fábrica dentro de uma cidade, cidade singular, mas que possui inúmeras fábricas, que contem quase infinitas máquinas. São máquinas simples, fracas, pequenas, relativamente, de fácil manipulação. Mas só, aquela máquina traz um segredo em seu íntimo, um segredo que só pertence a ela e não quer que seja revelado: uma de suas engrenagens está lenta. Não é uma engrenagem velha, que será, no próximo Outono, substituída por uma nova como muitas de suas companheiras. Não, ela é nova, inova demais para falar a verdade, com pintura ainda intacta, nem chegando perto da espanação. Todos os dias, quando acionada, a Engrenagem fazia sem trabalho, sem questionar: sabia que era a melhor naquilo. Mas com o tempo, enquanto se sentia pela primeira vez parte da máquina, seu movimento foi ficando mais lento, mais lento, mais lento, mais lento, mais lento, mais lento: parou. Era uma pequena engrenagem dentro de uma pequena máquina em meio a tantas outras pequenas máquinas com pequenas engrenagens, mas era o todo produzido por essas pequenas que faziam essa cidade, em particular, girar. Buscavam o culpado, aquele que teria parado com suas obrigações e renunciado a si mesmo. As engrenagens, que só pensavam em agir por aquele, faziam esforço para que aquele voltasse, e continuavam a se movimentar no escuro da pequena máquina. A engrenagem parecia estática mas ainda assim, maquinava, seu processo de circulação continuava em algum âmbito, em um âmago, quem sabe: âmago seu ou âmago da maquina? Maquinava. Foi em um dia qualquer, que deixou de ser á qualquer que o fato aconteceu: a engrenagem, que até então se mantinha parada e estática as custas dos trabalhos das outras máquinas e engrenagens, voltou a se movimentar. Curioso fato desse episódio que deveria trazer alegria: a engrenagem, agora, girava em sentido contrário. Ao Invés de acompanhar, ia contra o fluxo natural da máquina. Esse é o ultimato: já fora sustentado por todas as outras quando nada fazia, e agora, além de não trabalhar, ainda faz o favor de atrapalhar. Insisti em seu movimento, tentando mudar a ordem do giro, tenta um grito, aos poucos perde o brilho. E antes mesmo que os poucos operários ou construtores da máquina tomem, sem pressa, a providência desejada, a só Engrenagem é cuspida para fora da máquina, expulsa, sem função de agora em diante. Então, sem cerimonia, é descartada, enterrada no topo de um aterro, onde logo seria sugada. A máquina, porém, volta a funcionar normalmente, tendo, no lugar daquela, uma nova, perfeita, incumbida de executar sua função até quando lhe for permitido Novo conto aqui. Espero que gostem. É a constituição de um caráter e identidade perante algo o que tentofazer com meus contos, seja e,e social, pessoal, universal ou o que for. Comentem e digam o que acharam, se gostaram, e PRINCIPALMENTE,a interpretação, para saber se estou conseguindo o que m proponho. Muito obrigado! É muito importante